Antiga casa
Passo a passo, aproximava-me daquele sítio onde tantas e tão horríveis memórias estavam guardadas. Passo a passo, tudo regressava à minha memória, poluíndo todos os meus sentidos com flashbacks do que se tinha passado. O suor frio começou a fazer-se sentir debaixo dos meus braços, acompanhado com uma sensação de subsequente desconforto. Parecia mesmo que a própria temperatura tinha baixado apenas para me dar suores frios.
Olhei em redor. A casa estava em ruínas, o alpendre estava quase a cair e a tinta, outrora de uma branca pureza, estava agora lascada, suja, carcomida... Em suma, a plena podridão. Foi ali que passei tantos momentos felizes! Foi ali que brinquei no jardim (que agora mais parecia um matagal de sujidade, lixo e ervas por cortar) com toda a minha família, que celebrei mil e uma festas por mil e uma razões diferentes, foi ali que aprendi a andar, a falar, a amar. Só que agora estava tudo em ruínas. E todas aquelas recordações eram demasiadamente dolorosas para eu conseguir ali ficar muito tempo. Entrei de novo no carro e arranquei dali para fora, fugindo de mim próprio, fugindo do medo de me lembrar exactamente daquela felicidade toda e do medo de que toda essa felicidade passada me fosse atirar para dentro de mais um poço de negra escuridão depressiva.
Comparar aqueles doces anos com o resto da minha vida era demais. E que metáfora era aquele velho edifício! Todas as velhas recordações destruídas, toda a felicidade abandonada no rio do tempo. No fim, apenas eu: escombros.
Olhei em redor. A casa estava em ruínas, o alpendre estava quase a cair e a tinta, outrora de uma branca pureza, estava agora lascada, suja, carcomida... Em suma, a plena podridão. Foi ali que passei tantos momentos felizes! Foi ali que brinquei no jardim (que agora mais parecia um matagal de sujidade, lixo e ervas por cortar) com toda a minha família, que celebrei mil e uma festas por mil e uma razões diferentes, foi ali que aprendi a andar, a falar, a amar. Só que agora estava tudo em ruínas. E todas aquelas recordações eram demasiadamente dolorosas para eu conseguir ali ficar muito tempo. Entrei de novo no carro e arranquei dali para fora, fugindo de mim próprio, fugindo do medo de me lembrar exactamente daquela felicidade toda e do medo de que toda essa felicidade passada me fosse atirar para dentro de mais um poço de negra escuridão depressiva.
Comparar aqueles doces anos com o resto da minha vida era demais. E que metáfora era aquele velho edifício! Todas as velhas recordações destruídas, toda a felicidade abandonada no rio do tempo. No fim, apenas eu: escombros.
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