Putrefacção
Eu estava deitado e alguém me estava a levar. Conseguia ouvir vozes à minha volta e sentia que estava num lugar escuro, sem luz. Ao mesmo tempo, sentia-me sonolento, talvez pela falta de oxigénio.
Conseguia também ouvir pessoas a chorar. Tudo aquilo me pareceu muito esquisito: talvez eu estivesse a sonhar... Mas o sítio onde eu estava abanava um pouco e era incómodo. Certamente não estava a sonhar. Acabaram por me pousar passado pouco tempo, e eu continuava sem conseguir perceber o que lá fora se dizia. Era estranho como aparentemente toda a gente murmurava uns para os outros; ocasionalmente um arranco do que parecia ser alguém a chorar. Mesmo por entre a confusão da minha sonolência eu estava a achar tudo aquilo incrivelmente estranho. Depois consegui perceber que estavam a movimentar-me de novo, nesta vez na vertical. Pousaram-me com um baque surdo e começaram a atirar para cima de onde eu estava alguma coisa...
Terra?... Caixão! Eu estava a ser enterrado! VIVO! E já estava fraco demais para me conseguir mexer, as minhas leves pancadas nem sequer eram audíveis por cima do som da terra a bater secamente no caixão. Imediatamente comecei a imaginar o meu corpo a apodrecer, a começar a desfazer-se aos bocados, a tresandar; a minha carne a ser penetrada por insectos que se vinham banquetear de mim, aos quais eu serviria de refeição e maternidade da sua amaldiçoada progénie!
Quando acordei daquele sonho para iniciar a rotina do dia-a-dia, só desejei que não tivesse sido verdadeiramente um sonho.
Conseguia também ouvir pessoas a chorar. Tudo aquilo me pareceu muito esquisito: talvez eu estivesse a sonhar... Mas o sítio onde eu estava abanava um pouco e era incómodo. Certamente não estava a sonhar. Acabaram por me pousar passado pouco tempo, e eu continuava sem conseguir perceber o que lá fora se dizia. Era estranho como aparentemente toda a gente murmurava uns para os outros; ocasionalmente um arranco do que parecia ser alguém a chorar. Mesmo por entre a confusão da minha sonolência eu estava a achar tudo aquilo incrivelmente estranho. Depois consegui perceber que estavam a movimentar-me de novo, nesta vez na vertical. Pousaram-me com um baque surdo e começaram a atirar para cima de onde eu estava alguma coisa...
Terra?... Caixão! Eu estava a ser enterrado! VIVO! E já estava fraco demais para me conseguir mexer, as minhas leves pancadas nem sequer eram audíveis por cima do som da terra a bater secamente no caixão. Imediatamente comecei a imaginar o meu corpo a apodrecer, a começar a desfazer-se aos bocados, a tresandar; a minha carne a ser penetrada por insectos que se vinham banquetear de mim, aos quais eu serviria de refeição e maternidade da sua amaldiçoada progénie!
Quando acordei daquele sonho para iniciar a rotina do dia-a-dia, só desejei que não tivesse sido verdadeiramente um sonho.
<< Home