domingo, março 06, 2005

Na caverna

Só a areia da praia é que me parecia terreno suficientemente confortável para eu andar; tudo o resto era demasiado rígido, demasiado compacto e concreto para mim. Assim, sempre tinha a volubilidade das areias, que nunca estão exactamente no mesmo sítio, nem nunca ficam exactamente no mesmo sítio.

Através das minhas pernas, o mar penetrava a caverna fazendo um ruído... cavernoso. Ergui a minha voz sobre o barulho do mar, e lancei um grito: "Porquê?" O eco morreu depressa por causa da interferência do ruído do mar lá dentro e a resposta não apareceu. Aquela tinha sido a minha última louca aposta para descobrir. Aparentemente vou ficar sem saber o que te levou a fazer isso.

Será que era isso que querias?