domingo, novembro 20, 2005

No silêncio...

No silêncio negro da noite tudo desaparece numa mancha de sofrimento. O medo de falhar, de não saber amar, torna-se a realidade temida de há anos. Num único momento, numa tentação estranha à vontade, e tudo desmorona, como se feito de areia. Um passo em falso, ou todo um caminho errado? Em que factor se situa a culpa formada, no caminho ou no caminhante? Consigo formular um milhão de perguntas e nem a mim mesmo ofereço uma única resposta.

De toque envenenado, serei eu? O monstro que toca e logo destrói? Uma nova forma de criação aberrante, junção de vários pedaços de (falta de) alma, sem organização nem amor? Como é possível que o mais gentil e doce dos toques se consegue transformar na destruição de longas e afiadas garras que só sabem despedaçar? Sou tão irritantemente mortal! Cometo tantos erros tão frustrantemente fatais! Para mim, para quem se encontra ao meu lado... Sim, é uma espécie de doença que eu tenho, uma maleita que contagia quem está à minha volta. Serei eu também um senhor da ilusão hipócrita, que vende ódio quando o rótulo diz amor? O meu destinho é ferir a cada palavra, a cada acção?

E, no fim, como suportar a dor da derrota, a dor do falhanço?... Da culpa?...

Em memória de um dos piores erros da minha vida.